segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

RECEITA DE HAICAI



Para fazer haicais

Três ingredientes são necessários,
É igual "brigadeiro de panela":fácil e doce!

Namoro à moda Kolody

http://www.jeguesblog.com.br/2011/03/gifs-animados-com-cenas-de-filmes.html


"A gente falava com os rapazes, praticamente só nos bailes. Apenas quem namorava firme conversava no portão ou dentro de casa e sempre policiados pela família. Não pense que era como hoje!Então, o baile era a hora de conversar com o namorado. Vinham tirar a gente, depois traziam de volta para o lugar. Quando ele queria conversar a sós com  a moça, mas diante de todos os olhos que estavam em volta, tirava a moça e, ao terminar a música, os dois permaneciam no meio do salão. Daí, ao voltar à orquestra, os dois tornavam a dançar e dançavam a noite inteira. Se ele levasse a moça para sentar, vinha outro e tirava. Para evitar isso, os dois ficavam lá e isso já era um início de namoro ou namoro mesmo. Formavam o que chamávamos de par efetivo. O flerte era coisa de olhar de longe. O footing*, tenho poesia que fala disso, acontecia quando as moças, em bando, vinham num sentido da rua, e os rapazes noutro. Passeavam na rua XV para lá e para cá. Cada um olhava para o seu, imagine só! Isso hoje em dia seria a coisa mais ridícula. E a gente ia para casa e sonhava, porque o rapaz tinha olhado pra gente." 

  Helena Kolody. Série Paranaenses, n.6. p. 43. 

*Footing: do inglês; ir a pé, é um passeio para espairecer...

 

 

 

Curitiba, cidade-menina

http://cantinhodalumad.blogspot.com.br/2011/03/gifs-de-curitiba-parana.html



Curitiba, cidade menina
paisagem do meu amanhecer.

Por toda parte, a marca de meus passos,
o fantasma de meus sonhos.

Jardins, pomares,
pinheiros e mais pinheiros,
onde moravam sabiás cantores
e bem-te-vis moleques

As torres da Catedral
olhavam por cima dos sobrados.

Carroças de Santa Felicidade
trepidavam no calçamento das ruas
e faziam tremer a voz cantante
das colonas italianas:
 - "Qué comprá lenha,
batata doce, repolho,óvo!"

Bondes elétricos circulavam, vagarosos,
do centro para os bairros.

Perdia-se nos longes
o pregão do peixeiro português:
- "Pei.....xe! Camarão!"

Corria pelas ruas
o anúncio dos pequenos jornaleiros:
- "Gazeta do Dia"
- "Diário da Tarde!"

Estudantes eletrizavam a cidade
com sua ruidosa juventude.

Acotovelavam-se risos e conversas de crianças,
pombos brancos a caminho da escola.

Recordo Curitiba adolescente..
Uma névoa de saudade
me envolve o coração.

Helena Kolody, 1997.


A Curitiba em que Kolody viveu quando jovem não tinha asfalto. As ruas eram de paralelepípedo e bondes elétricos faziam o transporte público, circulando pela cidade, partindo sempre da praça Tiradentes, alcançavam o Juvevê, Potão e Batel. Para o resto da cidade o único jeito era ir a pé. Também não eram todos os bairros que dispunham de rede elétrica, rede de esgoto e água. Certa vez, Kolody descreve que caiu dentro de uma valeta com água lamacenta, de uniforme, e teve que retornar para casa trocar de roupa.

Série Paranaenses. n.6.

ÂMAGO

http://cantinhodalumad.blogspot.com.br/2009/04/cenarios2.html



Quem bebe da fonte
que jorra da encosta,
não sabe do rio
que a montanha guarda
Helena Kolody,Sempre Palavra, pg 33

" EU SOU CANHOTA"

Helena Kolody era canhota...por orientação de seu pai à escola em que estudava ,ela era obrigada a escrever com a mão direita. Ela tinha muita facilidade para escrever uma vez que tinha grande intimidade com o mundo das palavras e sua imaginação tinha asas!...entretanto, o fato de ser canhota lhe trouxe frustrações, pois sua professora lhe rendia grandes elogios às composições que fazia mas criticava sua letra feia. Mal sabe a professora o empenho que ela fazia para escrever com a mão direita...

"Levei um mês para aprender a ler, porque tinha fascínio pela leitura, mas demorei um pouco mais para aprender escrever, porque sou canhota e me obrigavam a escrever com  a mão direita".   
Helena Kolody, Série Paranaenses, pg 38


                                               Fonte: Youtube Enviado porRenata Oliveira·

domingo, 30 de dezembro de 2012

KOLODY E LEMINSKI: ORGULHOS DO PARANÁ

Jardim da minha amigatodo mundo felizaté a formigaPaulo Leminski

http://www.gifmania.com.pt

      Paulo Leminski , escritor e poeta paranaense,estudou japonês e a cultura oriental. Compôs haicais de forma autêntica. Foi grande entusiasta de Helena Kolody, incentivando-a a continuar escrever haicais, já que  a poetisa por vezes foi desmerecida pela crítica de que suas produções não eram poesia, pois não tinham rima. Leminski e Kolody eram vizinhos e tal foi o espanto do jovem Leminski ao descobrir que  Kolody já fazia haicais e ele estava recentemente iniciando sua descoberta deste tipo de poesia.

CONVITE

COMPLETOU-SE UMA JORNADA.
CHEGAR É CAIR NA INÉRCIA
DE UM PONTO FINAL.
NA EUFORIA DA CHEGADA,
HÁ UM CONVITE IRRECUSÁVEL
PARA UMA NOVA PARTIDA.
Helena Kolody,Sempre Palavra, pg 32

UCRÂNIA

                                          Vídeo enviado por damianforever65


CONHEÇA NESTE VÍDEO UM POUCO DAS ORIGENS DE HELENA KOLODY

POESIA MÍNIMA

Fonte: Helíoenay C Ribeiro



PINTOU ESTRELAS NO MURO
   E TEVE O CÉU
AO ALCANCE DAS MÃOS.
Helena Kolody, Alegria de Viver, pg 12

sábado, 29 de dezembro de 2012

OUTRA DIMENSÃO

Quem pintará
a voz e a canção?

Quem prenderá

no cárcere do verso
a miragem e o sonho,
o vôo e o pensamento?

Helena Kolody, Sempre Palavra, pg 41



A Leiteira, de Johannes Vermeer
Fonte: Lariessa Corradi 


FUGITIVO INSTANTE



Captar os seres 
em seu fugitivo instante de beleza.

Helena Kolody, Sempre Palavra, pg 19

Fonte: Margareti Corradi

APELIDOS

Eram Jucas e Chiquinhos,
Ninas , Lolas, Mariquitas.
Apelidos que o amor 
Selava nas criaturas.

Hoje são números.
(Computadores não programam ternura).
Helena Kolody,Caixinha de Música, pg 31

Openbare Bibliotheek Amstedam
Biblioteca Pública de Amsterdam
Fonte: Lariessa Corradi
                                    



E você...tem apelido???

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Maquinomem




O homem esposou a máquina
e gerou um híbrido estranho:
um cronômetro no peito
e um dínamo no crânio.

As hemácias de seu sangue
são redondos algarismos.

Crescem cactos estatíticos
em seus abstratos jardins.

Exato planejamento,
a vida do maquinomem.

Trepidam as engrenagens
no esforço das realizações.

Em seu íntimo ignorado,
há uma estranha prisioneira,
cujos gritos estremecem
a metálica estrutura;
há reflexos flamejantes
de uma luz imponderável
que perturbam a frieza
do blindado maquinomem.

Helena Kolody.
Viagem no Espelho, p.136.      

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Pirilampejo

                             O sapo engoliu            
 a estrelinha que piscava
                             no escuro do brejo.
Ficou mais sombria a noite    
                                 sem o seu pirilampejo.
Caixinha de música-Tanka






                            

Convivência

Fonte google enviado por: Dave Brubeck em 25/05/2008


QUANDO MINHA POESIA VIRAR "BATATINHA, QUANDO NASCE..." ,POR FAVOR, ME AVISEM; ESTÁ NA HORA DE PARAR.
HELENA KOLODY,SÉRIE PARANAENSES, PG 68

A Menina que odiava livros





Enviado por Olavo Augusto em 04/07/2009
Animação conta a história de Nina, uma menina que não gostava de ler, mas que, ao se deparar com o rico universo da leitura, descobre uma nova realidade.

HELENA KOLODY adorava livros! Uma de suas leituras prediletas nos tempos de mocidade foram os livros de Rabindranath Tagore. 
Helena foi muito influenciada pela espiritualidade de Tagore. Ela costumava dizer que o poema sempre nasce da inspiração, de um estado de poesia...

"Se choras porque não consegues ver o sol,as tuas lágrimas imperdir-te-ão de ver as estrelas." Tagore

Vídeo Helena Kolody



Helena Kolody narração poética.Enviadopor Leila Franzen Boeing em 09/12/21011

A Maior Flor do Mundo


José Saramago Categoria: Educação Licença: Licença padrão do YouTube




FLOR NA CORRENTEZA

Solta a flor na correnteza


Longe, alguém desconhecido

faz um gesto distraído
e colhe a flor de surpresa
Helena Kolody, Sempre palavra pg 10

Depoimento da Poeta...

Sou professora normalista e tenho muito orgulho disso. Escolhi o Magistério levada pelo impulso irresistível da vocação. A poesia foi um imperativo psicológico. Ao Magistério, dediquei os melhores anos de minha vida. Lecionei com prazer e entusiasmo. Amei os alunos como se fossem meus irmãos,meus filhos.Muitas de minhas melhores amigas de hoje foram minhas as.O Magistério e a poesia são as duas asas de  meu ideal.
Helena Kolody.Sinfonia da Vida.p.35

domingo, 21 de outubro de 2012

Pôr - do - Sol


Fim da Jornada


 Caminhar ao encontro da noite.
Como o camponês regressa ao lar.
Após um longo dia de verão.

Sem pressa ou cuidado.
Na tarde ouro e cinza.
Sozinho entre os campos lavrados.
E as colinas distantes.

Caminhar ao encontro da noite.
Sem pressa ou cuidado.
A noite é somente uma pausa de sombra.
Entre um dia e outro dia.
Helena Kolody,Edições CRIAR p.143

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A infância de Helena foi no interior do Paraná em meio à natureza: rios, árvores...

          Araucária

          Araucária
          Nasci forte e altiva,
          Solitária.
          Ascendo em linha reta
          - Uma coluna verde escura
          No verde cambiante da campina.



          Estendo braços hirtos e serenos.



          Não há na minha fronde
          Nem veludos quentes de folhas,
          nem risos vermelhos de flores,
          nem vinhos estonteantes de perfumes.
          Só há o odor agreste da resina
          E o sabor primitivo dos frutos.



          Espalmo a taça verde no infinito.
          Embalo o sono dos ninhos
          ocultos em meus espinhos,
          na silente nudez do meu isolamento.
                
                           KOLODY, Helena. Paisagem Interior, 1941.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Depoimento

          Do Magistério

         "Cursei a Escola Normal de Curitiba (atual Instituto de Educação do Paraná), diplomando-me em 1931. Sou uma simples professora normalista e tenho muito orgulho disso. Escolhi o Magistério levada pelo impulso irresistível da vocação. A poesia foi um imperativo psicológico. Ao Magistério, dediquei os melhores anos de minha vida. Lecionei com prazer e entusiasmo. Amei os alunos como se fossem meus irmãos, meus filhos. Muitas de minhas amigas de hoje foram minhas alunas. O Magistério e a poesia são as duas asas de meu ideal".
               KOLODY, Helena. Sinfonia da vida. Curitiba: Letraviva Editora, 1997, p. 35.

                                                        Fonte: Margareti Corradi.                       



 

NUNCA E SEMPRE


Sempre cheguei tarde
ou cedo demais
Não vi a felicidade acontecer.
Nunca floresceram
em minha primavera
as rosas que sonhei colher.

Mas sempre os passarinhos
cantaram e fizeram ninhos
pelos beirais
do meu viver.
KOLODY, Helena. Sinfonia da Vida. 1997, p. 36.  

     Fonte: Margareti Corradi.

Assim nasce a poetisa...

Na adolescência Helena Kolody escreveu muitos versos mesmo sem saber fazê-los.Eram versos espontâneos,descritivos com grande emoção,mas boa parte deles
foram destruídos,o que é motivo de lamento da autora  na fase adulta.


Pássaros Libertos

Palavras são pássaros.
        Voaram!
Não nos pertencem mais.

                                                   Sempre Madrugada

                                               Para quem viaja ao encontro do sol,
                                               é sempre madrugada.

                                                                                             
                                                                                               Cronos
  
                                                                                        Não é o tempo que voa.
                                                                                        Sou eu que sou devagar.   
                                                                     

Curiosidade

Existe um largo rio de águas mansas que separa as cidades de Rio Negro e  Mafra. Esse rio aparece muitas vezes em seus  versos.

Fio D'Água


Não quero ser o grande rio caudaloso

Que figura nos mapas.

Quero ser o cristalino fio d'água

Que canta e murmura na mata silenciosa.

KOLODY, Helena. Sinfonia da Vida. 1997, p. 28.


Rio de Planície


Minha vida é um largo rio de águas mansas

-Vida sem ilusões nem esperanças-
De curso sempre igual.
Rio sem a imponência das cachoeiras,
Sem o encanto verde das ilhas,
Nem o ímpeto rumoroso das corredeiras.
-Sem grandes alegrias nem profundas mágoas-
Rio de planície ignorada;rio,cujas águas
Passarão sem deixsr memória
De sua silenciosa trajetória.

KOLODY, Helena. Sinfonia da Vida. 1997, p. 28.Âmago


Quem bebe da fonte

que jorra da encosta,
não sabe do rio
que a montanha guarda.

KOLODY, Helena. Sinfonia da Vida. 1997, p. 29.

Fonte: Margareti Corradi.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Tanka

Tan=curto; e Ka=poema ou música)
É um tipo de poesia japonesa formada por 31 sílabas
 (versos de 5-7-5-7-7 )


Curioso....


Adiciohttp://cantinhodalumad.blogspot.com.br/2011/05/gifs-mister-bean.htmlnar legenda




 Esta forma poética foi muito utilizada entre os séculos VI e VIII no Japão.Existem mais de 4 mil poemas no estilo.Chama  a atenção porque ele se divide em duas estrofes:A 1ª formada por 5-7-5 sílabas,chamada de  kami no ku(“1º verso”) e a 2ª  com 7-7 sílabas,chamada de  shimo no ku (último verso).Depois de um tempo o Tanka passou a ser composto por duas pessoas. Uma ficaria encarregada pela 1ª estrofe (denominada :hokku) e a outra pela 2ªestrofe (denominada:wakiku).Segundo textos essa forma de poema tornou-se uma coqueluche nos anos de 1186-1339,no Japão.A forma poética ficou tão disseminada que passou a ligar-se a outras estrofes da mesma medida,somando centenas de versos.E a nova forma passou a chamar-se “renga” e , em seguida”renga haicai, ou renku”.Depois de mais algum tempo e passando pelos seguimentos dos monges,representante da burguesia e artistas populares,a temática de simplificação do cotidiano foi enfatizada e o minimalismo passou a ser uma tendência seguida em várias formas da cultura japonesa (daí a expressão  “poema curto”).Este movimento fez com que o hokku (1ªestrofe do renga haicai,ou simplismente haicai) se tornasse autônoma, surgindo então os haicais.
pt.Wikipédia.org/wiki/Tanka

Aquarela

Sol de primavera.
Céu azul, jardim em flor.
Riso de crianças.
Na pauta de fios elétricos,
Uma escala de andorinhas.
Kolody,Helena.Caixinha de música (p.56)
http://cantinhodalumad.blogspot.com.br
/2009/02/borboletas.html



"Aquarela " é um exemplo de Tanka.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Obras de Helena Kolody


http://cantinhodalumad.blogspot.com.br/2009/05/profissoes-2.html

Paisagem Interior, edição da autora, 1941.
Música submersa, edição da autora, 1945.
A Sombra do rio, edição da autora, 1951.
Trilogia, separata de Um século de poesia. Curitiba: Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
Poesias completas. Curitiba: edição de homenagem a cargo de alunos, 1962.
Vida Breve, edição da autora, 1964. 20 poemas, reunião e edição da autora, 1965.
Era Espacial e Trilha sonora, edição da autora, 1966.
Antologia poética, organizada e editada pela autora, 1967.
Tempo, edição da autora, 1970.
Correnteza, edição da autora, 1977.
Infinito Presente, edição da autora, 1980.
Poesias Escolhidas. Curitiba: Sociedade dos Amigos da Cultura Ucraína. Tradução de Wira Wowk para o ucraniano, 1983.
Sempre palavra. Curitiba: Criar Edições, 1985.
Poesia Mínima: Criar Edições, 1986
Viagem no espelho: reunião. Curitiba: Criar Edições, 1988.
Ontem, agora. Curitiba: Secretaria do Estado de Cultura, 1991.
Reika. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1994. Série Buquinista.
Antologia poética. Curitiba: Livrarias Curitiba, 1994.
Viagem no espelho, 2ª edição. Curitiba: Editora da UFPR , 1995.
Caixinha de Música. Curitiba: Secretaria do Estado de Cultura, 1996.
Luz infinita. Curitiba: Museu Biblioteca Ucranianos em Curitiba. Tradução de Ghryghory Kotchur e Wira Selanski  para o ucraniano. Edição bilíngue.
Tereza Hatue de Rezende, a organizadora de Sinfonia da Vida, é estudiosa da Obra de Helena Kolody. Pós-graduada em Literatura Brasileira, exerceu o Magistério na Universidade Estadual de Londrina. Foi também coordenadora de Pesquisa e Documentação da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. Nissei, poeta e pesquisadora de arte e cultura japonesa, é autora de Ryu Mizuno, saga japonesa em terras brasileiras.








quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Haicai



Hhttp://www.magiagifs.com.br/Flores/Flores-page1.htma

HAICAI é a arte de dizer o máximo com o mínimo de palavras.É poesia de origem  japonesa,com três versos.  O primeiro verso tem cinco sílabas,o segundo tem sete e o terceiro tem cinco sílabas.O sentido do poema exprime uma singela impressão do mundo,da natureza,do homem,do momento presente.

Tereza Hatue de Rezende organizou uma antologia poética de Helena Kolody intitulada Sinfonia da Vida. Abaixo, leia um Haicai presente em tal obra:



Dom

Deus dá a todos uma estrela.
               Uns fazem da estrela um sol.
                               Outros nem conseguem vê-la.


                        http://www.reinodosgifs.net/sol1.htm                      
  

O primeiro poema publicado por Helena Kolody



A Lágrima

Óh! lágrima cristalina,
Tão salgada e pequenina,
Quanta dor tu não redimes!
Mesmo feita de amargura,
És tão sublime, tão pura
Que só virtudes exprimes

Ao coração torturado,
pela saudade magoado
Pelo destino cruel,
Tu és a pérola linda
do rosário que não finda,
Feita de tortura e fel.

Fonte: Revista Garoto, 1928.


As lágrimas são uma forma de libertar a dor.
Fonte: Margareti Corradi.



Você conhece Helena Kolody?



Nascida em 1912 em Cruz Machado, sertão do Paraná, é reconhecida como a poetisa mais importante deste Estado. Escreveu muitos poemas na adolescência e até os últimos anos de sua vida em Curitiba, Pr., onde faleceu no ano 2004. É apontada como a primeira mulher brasileira a publicar haicais.
A infância de Helena  foi no interior em meio à natureza, rios, árvores, flores, vento, chuva e animais. Seus pais eram imigrantes ucranianos e se conheceram no Brasil.
Helena fez o curso primário na cidade de Rio Negro. Também estudou piano, pintura e ainda menina escreveu seus primeiros versos. Aos  dezesseis anos escreveu seu primeiro poema, A Lágrima, e aos vinte anos de idade iniciou sua carreira de professora, exercendo apaixonadamente a profissão.
Segundo Antonio Donizete da Cruz em seu artigo intitulado "Tankas e Haicais: uma leitura de Reika", Helena Kolody é a poetisa do cotidiano, das realidades simples e comuns, interpretadas por sua sensibilidade, lirismo contagiante e libertador. Sua poesia, profundamente lírica, com acentos existenciais, transparentes, revela uma construção poética alicerçada a partir das coisas simples e cotidianas.
Com doze livros publicados, várias antologias e obras completas, Kolody busca a síntese, poemas resumidos onde é a arte de dizer o máximo com o mínimo.
Escreveu poemas sintéticos tais como os dísticos, tercetos, quadras, epigramas, tankas e haicais. Praticou ainda uma série de outras formas poéticas, desde a mais clássica, como o soneto, até algumas completamente livres, inovadoras.

                                        Fonte: Diário do Noroeste.